Apresentar o seu filho ao novo bebé

Muitos de nós têm um ou mais irmãos. A relação que estabelecemos com eles pode ser das mais próximas da nossa vida. Afinal, partilhamos a mesma história e somos parecidos, já para não falar nos membros da família que temos em comum. Muitas pessoas partilham também a experiência familiar de um dos irmãos receber mais atenção dos pais. E essa pode ser uma questão delicada. Se se sente apreensiva com a forma como o seu filho vai reagir à chegada do novo bebé, não se preocupe, pois é natural que o filho mais velho sinta algum ciúme ou receio de já não ser tão querido, regredindo um pouco nos seus comportamentos.

Uma sugestão que me deram para ajudar nesta situação foi a de o novo bebé trazer um presente para o(s) irmão(s) mais velho(s). Outros conselhos foram “dar tarefas especiais à criança mais velha” (1) ou envolvê-la em algumas das decisões sobre, por exemplo, a roupa para o bebé vestir. Além disso, as visitas que vêm conhecer o novo bebé podem falar com o mais velho primeiro e passar algum tempo com ele, como sempre fizeram. Afinal, o bebé não vai reparar e o mais velho vai continuar a sentir-se importante e visível.

Outra questão a ter em conta é a de como você se vai sentir. Pode estar tão concentrada no que sente pelo recém-nascido que não pensou em como a sua relação com o seu filho mais velho poderia mudar. Muitas mães receiam não sentir o mesmo amor pelo segundo filho. No entanto, talvez sinta uma ligação mais imediata com o novo bebé porque já está mais habituada ao papel de mãe. Com o meu primeiro filho estava sempre a pensar: “Será que está demasiado quente, terá frio, tem fome, está cansado, está aborrecido? Socorro!” O bebé parecia uma máquina complicada e eu não conseguia ser a pessoa por detrás de todas as tarefas que tinham de ser feitas. Eu estava a aprender com a prática e fiz o melhor que pude na altura, como todas as mulheres. É tão fácil para uma mãe sentir-se culpada e achar que está a fazer tudo errado. Eu, como muitas outras, recorri a manuais e livros para me certificar, em vez de confiar nos meus instintos.

As alturas que achava mais complicadas eram os finais de tarde, quando o mais velho estava cansado por ter estado na creche e pedia a minha atenção. Muitas vezes, as suas birras de três anos estragavam aquele momento tão especial, sozinha com o bebé. Eu começava a zangar-me, mas depois olhava para ele e via-o ainda tão pequeno, mas simultaneamente tão crescido e desajeitado, pensava no ponto de vista dele… Antes da chegada do novo bebé, ele tinha toda a minha atenção e não conseguia perceber porque este novo elemento se tinha introduzido entre nós. Esta mistura de sentimentos depois do segundo parto é tão normal e natural como a atrapalhação depois do nascimento do primeiro bebé. É importante que o filho mais velho saiba que é igualmente amado e desejado. Depois de deitar o bebé ao final da tarde/noite é a altura ótima para o mais crescido passar algum tempo com os pais e falar sobre o que aconteceu ao longo do dia.

Também é muito importante descontrair e não ser demasiado exigente consigo própria. O mundo não vai acabar se não respeitar um horário ou se a roupa não for lavada. Se a princípio as coisas podem ser mais complicadas, eventualmente acabarão por estabilizar e todos se vão adaptar aos seus novos papéis. Uma das recordações mais queridas que tenho é a de ver o meu filho mais velho aninhado com o bebé, a sussurrar-lhe alguma coisa ou a mostrar-lhe um desenho num livro. São nessas alturas que percebemos que eles vão ter uma ligação especial enquanto irmãos que é muito poderosa.

Referências:

www.babycenter.com