Formas de apoiar uma mãe com depressão pós-parto
Os amigos e familiares são essenciais durante a gravidez. Neste contexto, não servem só para partilhar as boas recordações que vão ficando de toda a experiência, mas também porque é neles que nos encostamos quando as ansiedades, incertezas e medos tomam conta de nós. No entanto, esta relação de proximidade pode tornar-se ainda mais importante no pós-parto, caso a depressão surja sem que consigamos dar conta do assunto.
A depressão pós-parto é um transtorno comum, caracterizado por persistentes sensações de desânimo. O vazio assume o lugar de um espaço que se julgaria preenchido pela chegada de um bebé, mas a dificuldade em sentir prazer nos vários momentos do dia, denuncia-o. É difícil fugir disto pela simples força da vontade e é exatamente por isso que as redes de apoio assumem um papel mais relevante nestas alturas.
O apoio não vai ajudar a mamã a sair desta situação, mas pode torná-la menos dolorosa. Na verdade, só um especialista pode ajudar. Aos que a rodeiam, pede-se empatia e mente aberta. Não julgue as confissões nem parta para qualquer conversa com preconceitos e ideias feitas do que é sentir-se assim. A melhor coisa que pode oferecer é compreensão, o que por muitas vezes escasseia ou se perde nas concepções fáceis. “Não te sintas assim”, “isso passa”, “pensa no teu filho” ou “é preciso é calma” são apenas três das muitas frases que deve evitar reproduzir.
Antes de mais, é importante que esqueça a ideia de que uma mãe tem de estar sempre feliz. A depressão não é sensível às ideias pré-concebidas que temos da maternidade e são os especialistas que dizem que os familiares e amigos são os primeiros a identificar esta condição na mamã, principalmente pela forma como se comunica e age perante a maternidade. É por isso importante que alinhe o seu discurso com a realidade: incentive a mãe a procurar ajuda médica e forneça todo o apoio emocional possível. Esteja lá, mesmo que ela não possa estar para si. É hora de dar.
Ajude a cuidar do bebé, sempre que houver essa possibilidade e abertura, até para que a mãe possa ter mais horas de sono. Dormir pouco contribui para agravar a condição - é o sono que nos ajuda a manter o funcionamento normal das funções psíquicas.
Não compare a situação a nenhuma outra. Todos sabemos que há milhões de recém-mamãs em todo o mundo que se sentem mais do que felizes nos primeiros meses de maternidade, e o mais provável é que se esteja a culpar por não conseguir sentir o mesmo. A lógica que se repete na sua cabeça, não andará longe da ideia de que seria completamente natural irradiar felicidade por ter dado à luz uma criança, mas a verdade é que o oposto é mais comum do que pensamos, até porque estas histórias são menos partilhadas do que as imaculadas.
Durante todo esse período, seja o ombro amigo e o par de mãos ativas quando as dela carecerem da energia necessária para se mexerem. Conforte-a e acompanhe-a. É importante que ela tenha onde cair, sempre que precisar.