Limites ao amor maternal

Ser Mãe é um momento muito importante. Mas, por vezes, com o nascimento do bebé, pode sentir alguma dificuldade em reconquistar a sua individualidade e em perceber que o bebé não é uma extensão sua. Para evitar uma relação de co-dependência, deixamos-lhe alguns conselhos e dicas. Tudo para que o amor maternal não perca os seus limites.

Quando um bebé nasce, este acaba por ser inevitavelmente o centro de todas as atenções. Mas quando a mãe se esquece de ser mulher, esposa, um ser distinto do seu bebé, estamos perante uma situação de co-dependência. Se isso acontecer, não se preocupe, não está sozinha e há formas de resolver essa questão.


Como reconhecer uma co-dependência maternal?

- Quando manifesta uma proteção e cuidado exagerado e uma dedicação e disponibilidade excessivas em relação ao seu bebé;

- Quando sacrifica em excesso a sua vida, a vários níveis - social, profissional e até amoroso para cuidar do seu bebé;

- Quando se centra demasiado na criança, prejudicando a individualidade da mesma, esquecendo-se de si e, por vezes, negligenciando outros elementos da família, tal como o marido/companheiro.


Principais Motivos

Na maioria das vezes, os especialistas apontam a própria personalidade da mãe como um fator que pode conduzir à co-dependência. Normalmente, quando este tipo de situação acontece, é comum a existência de determinadas características na mãe, tais como: um carácter dependente, uma necessidade de afeto, um medo de abandono e uma baixa auto-estima. E, na maioria dos casos, a mãe apenas consegue sentir-se valorizada quando cuida de alguém e é necessária.


Efeitos para a Vida Futura do Bebé

Todo o ser humano precisa, em algum momento, dos outros - o que ainda é mais evidente no caso de recém-nascidos, contudo, no que diz respeito à educação dos bebés, a mãe deve ter a preocupação de conseguir ajudá-lo a desenvolver-se como um ser confiante e independente. Porque o processo de separação/individualização é uma etapa essencial para o desenvolvimento humano, é importante deixá-lo acontecer. Numa relação saudável, deve favorecer a autonomia e a afirmação da personalidade do seu bebé.

 
Procura de Ajuda Profissional

Sempre que a co-dependência existe e se torna um problema, é importante procurar um Psicólogo ou um Psicoterapeuta para ajudá-la a ultrapassar essa questão, insistindo no aumento da sua auto-estima, assim como no estabelecimento de limites, nomeadamente com o bebé.


Três Conselhos

  1.     Ser mãe é apenas UMA das suas funções. É importante não se esquecer de si mesma, nem dos outros membros da família;
  2.     O seu filho não é uma extensão sua, mas um ser humano, com gostos e vontades próprias;
  3.     A melhor relação é aquela que é baseada na troca.

Para evitar fomentar a dependência - que nos primeiros meses é natural que exista (mas não em demasia) - deve conseguir manifestar o seu afeto sem ser intrusiva e dar espaço ao seu bebé para crescer. O amor é uma relação de troca, por isso, é importante dar e receber, sem se esquecer de si e sem sufocar o outro. Porque mais nem sempre é melhor.